ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE DESPORTOS
Écio Pasca e os 25 anos do título da Copinha
25 de jan de 2016
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Na última terça-feira, 19 de janeiro, o Clube recebeu a ilustre visita do treinador Écio Pasca e de alguns atletas do elenco campeão da Taça São Paulo de Juniores de 1991. Ao lado de Sinval, Tico, Julinho e Maninho, Écio concedeu entrevista à ESPN Brasil, visitou o Museu Histórico e o Estádio do Canindé.
Écio e ex-jogadores do time de 91 em visita ao Museu Histórico da Lusa (Foto: Portuguesa/Divulgação)
Após a gravação, o técnico relembrou a trajetória até a campanha memorável, que fez daquele time um dos mais lembrados na história do torneio. “Nós viemos de um ano de 1990 muito bom, quando fomos eliminados da Copinha pelo Flamengo nos pênaltis, de forma atípica, e fomos campeões paulistas. Na época, achava o plantel de 90 até mais forte que o do ano seguinte, aquele que realmente entrou para a história”.
Entre os desafios encontrados, o principal era implantar um jogo coletivo, em que o talento individual de cada atleta fosse usado pelo bem da equipe. “Tive muitos treinadores na minha carreira como jogador, e além de observar o trabalho deles, gostava de analisar a marcação e a movimentação nos jogos de basquete”, lembra Écio. Essa soma de fatores resultou no losango flutuante, um esquema tático revolucionário naquele momento: “Havia um craque indiscutível, o Dener, que flutuava pelo campo e não tinha obrigação de marcar o tempo todo quando o time estava sem a bola. Implementamos um sistema em que o líbero, os dois laterais e o centroavante formavam um losango no campo. Dentro desse losango, os meias exerciam uma função tática muito importante, especialmente o Tico. Assim, a equipe ficava muito ofensiva e o Dener tinha liberdade para criar jogadas”.
O esquema deu certo e a Lusa se classificou em primeiro lugar no seu grupo, com quatro vitórias em quatro partidas. A última foi contra o São Paulo, um dos adversários mais fortes na competição: “Ali sentimos que era possível conquistar o título e que os jogadores estavam respeitando-se em campo, pensando no objetivo maior, que era a taça”. Ao mesmo tempo, o inédito sistema tático ganhava as páginas dos jornais do Brasil e do exterior, chegando aos veículos esportivos de países como Itália e França.
Na segunda fase, a Portuguesa continuou vencendo todas partidas até chegar à final contra o Grêmio, que havia eliminado o São Paulo nas semifinais. Foi aí que Écio tirou da manga uma velha arma para motivar os jovens atletas. “Um jornalista de Porto Alegre me mostrou uma matéria em um jornal local, onde se dizia que o Grêmio ganharia de goleada e que a Lusa só tinha o Dener. Usei aquilo para mexer com o brio dos jogadores e deu muito certo”. A consequência foi uma atuação de gala, que resultou em goleada de 4 a 0 embaixo de um temporal no Pacaembu.
Aquele time entrou para a história com uma campanha irretocável: nove jogos, nove vitórias e muitos jogadores revelados, entre eles Dener (melhor jogador da competição), Sinval (artilheiro), Tico, Pereira, entre outros. “Tenho décadas de experiência no futebol e enfrentei o Pelé como jogador. Posso afirmar que, depois do Pelé, Dener foi o maior que eu vi jogar. Infelizmente morreu prematuramente em 1994, mas todo mundo gostaria de ver onde ele poderia ter chegado”.